Honorários de Referência de Projetos de Estrutura


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Grupo de Honorários


A Formação do Grupo de Trabalho:

Há alguns anos, em reunião plenária da ABECE, os associados se queixaram muito do achatamento de preços e do caminho, a passos largos, para a extinção da categoria se não fosse tomada alguma providência. Concluiu-se, com base nos comentários, que os preços são determinados com base em critérios que nem sempre são compreendidos pelos clientes, fazendo com que nossos contratantes se sintam inseguros quanto aos valores pagos pelos projetos. Por outro lado, com preços muito baixos a qualidade do projeto está caindo, gerando descontentamento do contratante. O grupo surgiu com a idéia de que o setor precisa reconquistar a credibilidade com os contratantes, por meio de um melhor entendimento e atendimento das expectativas de seus clientes.

O Objetivo do trabalho desenvolvido:

O objetivo do grupo de trabalho foi o de estabelecer parâmetros para definição de honorários a partir de um valor de referência e de uma nova metodologia de cálculo de honorários, mais adequado à realidade do mercado de projetos estruturais de hoje. Além disso, a fim de regular a atividade, baseará este valor de referência no "Escopo de Serviços de Projetos Estruturais", desenvolvido em conjunto com o SINDUSCON/SECOVI, trabalho este que define claramente os serviços que compõem o projeto estrutural.

A Lei do Mercado:

Objetivamente, estava-se procurando saídas para a recuperação desta situação insustentável. Estávamos assistindo à desmobilização da estrutura formal das empresas de projeto. Para buscar atender os preços praticados, as empresas tiveram de reduzir sua estrutura de funcionamento, abolindo, por vezes, atividades importantes como a verificação dos projetos.
Além disso, algumas empresas buscaram formas alternativas de sobrevivência que, se por um lado reduziam custos operacionais, por outro aumentavam de forma perigosa o risco do negócio. E quando se fala em projeto estrutural, o risco do negócio passa também a ser um risco para a sociedade, já que, como foi dito anteriormente, a qualidade dos projetos vinha caindo sistematicamente. Assim, o objetivo da ABECE não foi o de formar cartel, e sim o de alertar aos contratantes que preços excessivamente abaixo dos valores de referência podem indicar uma qualidade duvidosa de projeto.
De forma similar, outras associações indicam valores de referência para garantir uma qualidade mínima de serviços.

Uma nova Tabela:

Uma nova forma de composição de custos e definição de honorários para reorganizar a atividade produtiva dos escritórios de projeto, para que estes voltassem a funcionar como empresas legalmente estabelecidas. Assim, o trabalho foi dividido em duas fases. A primeira fase, definiu claramente quais são os serviços essenciais a serem desenvolvidos no projeto de estruturas (trabalho de "Escopo").
A partir daí e de quatro tipologias de empreendimentos foram definidos valores de referência de projeto, que são valores que contemplam os custos básicos de empresas legalmente constituídas. Em uma segunda fase, o grupo preparou um estudo para orientar os projetistas quanto à composição de custos de sua empresa

As Bases do Valor de Referência:

É prática do mercado estabelecer uma ligação dos valores do projeto estrutural à área construída de prefeitura. Apesar de existirem situações onde isto não corresponde ao volume de serviço envolvido, julgou-se mais sensato definir-se os honorários de referência com base neste parâmetro. Este fato simplifica o entendimento do contratante quanto ao valor do projeto.
Ficou estabelecido também que os valores seriam definidos em reais com base na planilha de custos aprovada pelo grupo e convertidos em CUBs, que é o índice básico do Sinduscon.
Para contratos longos, deve ser utilizada uma forma de reajuste anual com base no INCC, que é o índice usual no mercado da construção civil.
Valor de Referência: CUB R8-N por m2 de área de prefeitura com reajuste anual dos contratos pelo INCC

Definição das Categorias:

O grupo, inicialmente, tentou viabilizar um valor de referência único o que não foi viável pela grande disparidade de custos para confecção de diferentes tipos de projetos. Não consideramos viável a criação de várias categorias, preferindo aglutinar os valores de referência em quatro tipologias:

1. H8-2NP: Edifício Residencial de 8 pavimentos com apartamentos de baixo padrão sobre pilotis com 2 eixos de simetria.
2. H12-2NSS: Edifício Residencial de 12 pavimentos com apartamentos de baixo padrão sobre térreo e subsolo com 2 eixos de simetria.
3. H18-3M: Edifício Residencialde 18 pavimentos com apartamentos de médio padrão sobre térreo e 2 subsolos com 1 eixo de simetria.
4. H20-AP: Edifício Residencial de 20 pavimentos com apartamentos de alto padrão sobre térreo e 3 subsolos sem eixo de simetria

Obviamente, os projetos dificilmente se enquadrarão totalmente numa destas categorias. Para isso, o quadro a seguir procura exemplificar o que foi considerado em cada categoria e que servirá de base para o profissional enquadrar o seu projeto no referido valor de referência:

  H8-2NP H12-2NSS H18-3M H20-AP
Tipo de edifício Refere-se àqueles edifícios simples com 4 apartamentos de baixo padrão por pavimento sobre piltotis, sem transição, os chamados "bloquinhos". Mesmo tipo de edifício que o anterior só que um pouco mais alto e sobre térreo e subsolo, o que pode restringir a estrutura e gerar mais pontos de discussão. Edifícios de médio padrão com 18 pavimentos e 2 subsolos.
Já existe um tratamento paisagístico e detalhes mais elaborados de fachada.
Edifícios de Alto Padrão. Normalmente altos com bastante subsolo, sem simetria alguma e com trabalhos elaborados de fachada, paisagismo, instalações especiais e, eventualmente, possibilidade de várias plantas na unidade.
Volume de serviço Por ser muito simples o volume de serviço é pequeno. O subsolo dá mais trabalho que o prédio, existindo ainda detalhamento extra de contenções. A inclusão de paisagismo e detalhes de fachada aumentam o volume de serviço, exigindo diversos detalhes de forma e armação.
Como existem 2 subsolos, não é difícil ocorrer algum tipo de transição de pilares.
O volume de serviço, normalmente é muito grande, pois a arquitetura tem liberdade para fazer o que quer e a quantidade de revisões durante o desenvolvi-mento acaba gerando ainda mais serviço.
Grau de dificuldade

O prédio é comportado e o vento não é determinante no dimensiona-
mento o que torna o cálculo simples.

Mesmo com subsolo não é complicado, pois normalmente estes edifícios não comportam grandes custos de subsolo, o que tornam simples e comportados.

O cálculo e dimensiona-
mento exige cuidados especiais.
O vento e empuxos nas contenções necessitam de processa-
mento específico. Grau de dificuldade médio.

Considerado grau de dificuldade alto, podendo existir diversos complicadores relacionados às diversas especialidades
Número de reuniões Normalmente não há nenhum mistério no projeto do edifício.
Todos os conceitos são passados em uma única reunião.
De 2 a 3 reuniões. De 3 a 6 reuniões. Número indeterminado de reuniões.
Quantidade de pranchas Normalmente de 10 a 15 pranchas. De 15 a 30 pranchas. De 30 a 60 pranchas (proporcional à área construída). Número indeterminado de pranchas.

 

Valores de Referência:
Base : CUB / R8 – N

  H8-2NP H12-2NSS H18-3M H20-AP
Valor de Referência 0,90% do CUB-R8-N de referência
1,05% do CUB-R8-N de referência
1,25% do CUB-R8-N de referência
1,60% do CUB-R8-N de referência

Escopo x Valor de Referência:

Ao elaborar o orçamento de um projeto estrutural, o profissional deverá analisar qual das quatro tipologias mais se aproxima do empreendimento em questão.
Considerando-se que o valor de referência contempla apenas os serviços essenciais do escopo, o projetista, com base em seus custos e nos adicionais listados no quadro a seguir, definirá o valor final do projeto.

Definição de Honorário Descrição Tipos de Serviços
Valor de Referência Definido como valor mínimo por m2 de área construída de prefeitura. "Serviços Essenciais": Produtos que serão desenvolvidos em cada etapa do projeto estrutural usualmente contratado sem exigências específicas.
Fator "K" Fatores que influenciariam no valor básico através de um coeficiente de aumento deste valor em função de complexidades específicas de cada empreendimento. "Serviços Específicos do Empreendimento": São serviços não usuais, adicionais aos Serviços Essenciais e que poderão ser desenvolvidos pelo projetista de estrutura no caso de solicitação expressa e específica do contratante. Sua remuneração não poderá estar incluída nos Serviços Essenciais. Estes serviços foram agrupados, conforme a freqüência de ocorrência em algumas etapas e especialidades.
Valor por Horas Técnicas A serem cobradas nos serviços de pós entrega que não correspondem ao básico e que deveriam ser repassados pelas construtoras aos seus fornecedores: Análise e Reforço de Estrutura devido às deficiências de Concreto, Análise e Reforços de Fundação devido à excentricidades, ...  
Valor por Verificação Serviços a serem cobrados diretamente dos fornecedores através de uma atuação direta da ABECE junto aos fabricantes de forma, tela soldadas, etc.. "Serviços Associados": São serviços complementares, usualmente desenvolvidos pelo projetista de estrutura nos Serviços Essenciais e que não geram um produto específico, mas devem ser considerados, pelo projetista e seu contratante, na elaboração da proposta/contrato. Quando relacionado à verificação de fornecedores.
Valor Global Valor especificado por cada escritório, sem nenhum tipo de referência para os serviços totalmente opcionais. "Serviços Opcionais": São serviços que normalmente são feitos por outros profissionais, mas que alguns projetistas de estrutura possuem qualificação para faze-lo e podem ser contratados diretamente para seu desenvolvimento.
A ser acertado caso a caso em função da parceria existente Valor relativo às fases A, B e F.  


A Postura do Associado:

O objetivo da ABECE é o de conscientizar os projetistas de que os valores praticados não permitem a elaboração de um projeto estrutural com todos os cuidados, detalhes e profissionalismo exigidos por esta atividade. Se por um lado o cliente poderá questionar valores superiores ao que está acostumado, por outro reconhecerá que é vantajoso pagar um pouco mais por projetos melhor estudados, compatibilizados e detalhados, reduzindo assim o custo final do empreendimento.1

O Preço regionalizado:

Os escritórios de engenharia sediados fora de São Paulo têm custos diferentes daqueles sediados na capital, principalmente os relacionados a aluguéis de imóveis e aos salários pagos a engenheiros e projetistas. Esses escritórios de outros estados não foram considerados no estudo em questão haja vista fazerem parte de uma realidade diversa da vivida no estado.
Os mercados do país, agrupados por estado ou por região merecem ter um estudo de referência de valores similar ao que foi realizado aqui. As regionais da ABECE em outros estados estarão ajustando os valores de referência em função das características de sua região.

A Composição dos Valores:

O valor de referência foi obtido a partir dos custos envolvidos na atividade de desenvolvimento de projeto: Custos diretos (projetistas, desenhistas, engenheiros e estagiários), custos indiretos (aluguel, luz, água, funcionários administrativos, etc.), equipamentos (informática, telefonia etc), softwares, capacitação (congressos, seminários, programas de qualidade, etc.) e impostos. Além disso, previu-se uma margem de lucratividade, na qual serão remunerados a responsabilidade e o risco inerente ao negócio.
Serão desenvolvidas e apresentadas quando solicitado às planilhas de custo justificando cada valor, através da composição de todos os custos envolvidos no desenvolvimento do projeto, a saber:

Mão-de-Obra
- Engenheiros
- Projetistas
- Desenhistas
Encargos de Mão-de-Obra
- Composição dos Encargos
Impostos
- Composição dos Impostos
Despesas Fixas
- Composição das Despesas Fixas
Softwares
- Porcentagem do valor do projeto
Investimentos
- Instalações
- Estações de Trabalho
- Hardware
Marketing
Treinamento/Capacitação
Programas de Qualidade
BDI

A Continuidade do Trabalho:

O grupo de trabalho, em função da complexidade do assunto, está acompanhando a implantação do valor de referência e dando continuidade ao estudo de composição de custos dos escritórios. Qualquer sugestão é muito bem-vinda, podendo ser encaminhada para a ABECE pelo fax (11) 3813-5719ou pelo e-mail abece@abece.com.br.